Dados do Player:Karol
mad.key@hotmail.com
13
Hades e Afrodite[deuses], Annabeth Chase[meio-sangue] e Roxanne Wyght[ninfa]
Dados do Personagem:.avatar: Selena Gomez
Nova York, Universidade de Columbia, 13 de janeiro de 1992Corredores leste-sul.12:36
Uma jovem caminhava apressada pelos corredores da universidade nova-iorquina, o sol tímido do meio-dia de inverno lançando raios de luz para suas longas madeixa negras e encaracoladas, dando alguma cor à pele branca. O nervosismo era evidente nas belas feições da moça, que procurava chegar à tempo em sua sala. Se não fosse mais rápida, perderia o início da tão importante aula. Sentia olhares caindo sobre ela, e puxou o capuz do casaco mais para cima. Olhou para trás um instante.
A distração foi o bastante para a garota tropeçar em algo – ou alguém – e derrubar os livros e a bolsa no piso frio de mármore. O homem à sua frente tinha uma expressão irritada na face, que a morena não viu, mas quando seus olhos encontraram os da jovem, o rosto exibiu uma espécie de deslumbramento. Ele nunca havia visto mulher mais bonita em toda sua vida. Os olhos escuros com longos cílios, os lábios cheios perfeitamente simétricos, o nariz perfeito e anguloso, a pele clara como a neve que se acumulava lá fora.
- Ah, me desculpe – falou o homem, enquanto recolhia os livros sobre arte do chão
– Sou... – precisava pensar em uma nome que fosse fácil, que não esquecesse
– Harry. Harry Jones – disse estendendo a mão morena. Ela o examinou, intrigada. Nunca o havia visto antes, e aparentava ter trinta e poucos anos, os cabelos escuros curtos e a barba por fazer. Atraente até. O que estava fazendo em uma faculdade? Não sabia. Não parecia ser um professor. Talvez um aluno novo...
- Nicolle Mitsuwell – falou com uma voz tímida, e olhou novamente para o relógio. Ainda teria que percorrer um quarto do campus, e os segundos passavam velozes.
– Mmm...me desculpe, mas eu preciso ir. Estou atrasada – desculpou-se.
- Ah, entendo – sorriu Harry e devolveu os livros, deixando um cartãozinho com um telefone dentro de um deles.
- Até! – gritou a morena, que já havia se afastado alguns metros, acenando com a mão livre.
- Até – ele murmurou, levantando a palma de leve.
Nova York, Universidade de Columbia, 4 de fevereiro de 1992Apartamento de Nicolle Mitsuwell e Delilah Stewart.04:21
Sabia que era errado. Sabia que havia quebrado o pacto, o tão importante pacto, entre ele, Poseidon e Hades. Mas ela fora tentadora, luxuriante, sublime. A mulher que o havia levado à outro estado de prazer, de uma beleza inexplicável. Era o segundo deslize que cometia em menos de dois anos. Não podia se permitir mais um erro. Levantou da cama, vestiu-se. Saiu.
09:54
Abriu os olhos devagar. A claridade atravessava as finas cortinas brancas e iluminava o quarto. Virou-se para abraçar Harry, mas tudo que encontrou foram os travesseiros. Levantou-se em um repente e olhou em volta. Ele havia sumido, assim como suas roupas. Atirou os lençóis longe e colocou a primeira coisa que viu na frente. Precisava procurá-lo. Aquele havia sido o melhor período de sua vida e o cara simplesmente some? Não, não estava certo.
Procurou por todo o campus. Perguntou a funcionários, professores, colega de quarto. Ninguém o tinha visto sair. Por fim, se sentiu desesperada. Havia perdido o único homem que tinha amado por razões não esclarecidas. Sentou em um dos bancos e derramou as lágrimas que tinha reprimido durante o dia inteiro. O amor que sentia por Harry impediu-a de desejar sua morte. Não conseguia.
Nova York, Universidade de Columbia, 8 de março de 1992Apartamento de Nicolle Mitsuwell e Delilah Stewart.16:32
- Não é possível! – gritou a morena do banheiro, saindo em seguida com um teste de gravidez na mão e o sinal positivo no mostrador.
- Ah, é sim. Totalmente possível. Querida, já faz duas semanas que você não menstrua. Queria o quê?
- Ah...desregulação hormonal?Delilah fez uma cara de descrente.
- Nicolle, faça-me o santo favor. Você está grávida sim. Seus seios estão maiores, você está indo ao banheiro o dobro de vezes e agora esse teste. Sabe pelo menos quem é o pai?
- Harry Jones.
- Quem?
- Lilah, eu não quero falar sobre isso ok? Digamos apenas que eu tive um rolo com ele enquanto você estava em Washigton.
- E porque eu nunca o vi por aqui?
- Porque ele desapareceu no dia seguinte à que nós...sabe.
- Entendi. Já considerou abortar?
- NUNCA! – sentiu-se ofendida e protegeu a barriga com as mãos
– Nem que me pagassem.Nova York, Aeroporto Internacional John F. Kennedy, 7 de setembro de 1992Terminal 508:16
- Você tem certeza? – perguntou a ruiva, abraçando a amiga.
- Tenho. Quero ter essa criança em San Diego. Ela vai nascer onde eu nasci.
- Mas Nicolle...
- Eu já me decidi Lilah..
- Então, acho que isso é um adeus... – falou a jovem, com um fio de voz.
As lágrimas escorreram, quentes, pelos rostos das duas amigas.
Susanville, Boeing 304 sobrevoando a cidade, 7 setembro de 1992.Cabine 315:02
Ela acariciava a grande barriga, oculta sobre a blusa, enquanto olhava pela janela. O sol forte já aquecia seu corpo, sobre as nuvens. Pensava em um nome. Se fosse menina, seria Elizabeth, o nome de sua mãe. Se fosse menino, Harry...por razões óbvias.Um sorriso apareceu no rosto bonito da morena. Estava chegando em casa.
Ele observava o que se passava dentro do avião. Sacrificaria muitas vidas, era verdade. Mas era preciso, para a segurança do Olimpo. Não deixaria o bebê nascer, não se permitiria. Thalia já seria um contratempo que ele precisaria cuidar. Não queria mais um problema. Parou as turbinas do avião.
O motor falhou. As pessoas gritaram. O Boeing desceu em uma espiral. Tudo ficou escuro.
Susanville, floresta ao leste, 7 de setembro de 1992Boeing 304, cabine 3 parcialmente destruída.16:48
Sentiu cheiro de queimado entrando por suas narinas. Olhou em volta e viu corpos mutilados e cinzas por toda a parte. Sentiu gosto de sangue e sua cabeça latejava. Ouvia murmúrios distantes, e alguma sirene. Apagou.
Susanville, Hospital Municipal, 7 de setembro de 1992Sala de parto18:07
Quando acordou novamente, estava em uma cama, cercada de pessoas que usavam jalecos, máscaras e instrumentos cirúrgicos. Seu olhos demoraram um pouco para se acostumar com a luz clara. Tudo era branco, e naquele momento, soube que estava em um hospital. Mas por quê? O que havia acontecido?
Ouviu um choro de criança. Os médicos, vendo que estava acordada, lhe falaram, triunfantes.
- Sra. Mitsuwell...é uma menina. Ela riu, uma mescla de felicidade, surpresa e emoção. Pegou-a no colo. Parecia tão frágil, pequenina. Era uma criança prematura, sem dúvida. Mas uma linda menininha.
- Onde eu estou?
- No hospital de Susanville.
- Ela se chamará Suzannah. Suzannah Mitsuwell.A pequenina abriu os olhos e estendeu os braçinhos finos para a mãe. As lágrimas de alegria eram abundantes por seu rosto.
Então, um monitor começou a apitar freneticamente. Sua filha foi tirada de seus braços contra a sua vontade. Sentiu uma dor de cabeça intensa. Uma fraqueza eminente se apoderou de seu corpo, e se sentiu apagando.
O barulho cessou. Tudo acabou.
Susanville, Orfanato Municipal, 9 de setembro de 1992Sala da diretora.11:34
Uma mulher austera, de cabelos grisalhos, lia pela enésima vez a mesma matéria.
Suspirou. Pelo menos aquela criança iria ter um lar, não seria mais uma das que ficariam esquecidas no orfanato até atingirem a maioridade.
Susanville, Orfanato Municipal, 15 de outubro de 1992Sala da Diretora18:32
- Então senhores, desejam ver a menina? – perguntou a diretora.
- Claro, claro! – falou a mulher, animadíssima. Ela e o marido haviam tentado ter filhos por muito tempo, e por fim descobriram que os dois eram estéreis. Esperavam a oportunidade de adoção há muito tempo, e ela tinha chegado.
Seguiram a senhora até uma sala com uma placa grande em que se lia “Maternal”. Vários berços estavam dispostos em fileira, mas somente um tinha uma ocupante. Ouviam risadinhas, mas, quando chegaram até lá, viram a criança brincando com uma aranha enorme, apertando-a nas mãozinhas gorduchas. Ficaram horrorizados.
- Pensando bem...decidimos que não vamos querer a menina. Retiramos nosso pedido – falou o homem, puxando a esposa para fora dali.
Georgia suspirou. Era o terceiro casal que recusava a menina.
Susanville, Franklin Roosevelt Academy, 06 de maio de 1999Sala da Psicóloga12:58
- Suzannah, querida, você não pode ficar falando que viu um dragão com sete cabeças de cobra para seus coleginhas. Sabemos que você se sente deslocada, mas não faça isso só para chamar a atenção das pessoas.
- Mas sra. Danvers, eu realmente vi aquilo. E estava me perseguindo. A psicóloga suspirou.
- Já conversamos sobre isso querida. Você precisa controlar essa sua vontade de querer aparecer.A menininha fechou a cara. Ninguém acreditava que tinha visto um monstro. Um dia ia jogar na cara de todos que aquilo era verdade.
Arbuckle, Orfanato Municipal, 03 de julho de 20002º andar, quarto 20221:34
A garotinha olhou em volta e largou a única mala em cima da cama. Porcaria de pessoas que não enxergam a verdade e que ficam expulsando crianças que sabem isso da escola. Odiava ter que sair do lugar onde nasceu mas a sra. Farrell havia dito que era para seu próprio bem, já que a única escola que o orfanato de Susanville podia pagar para ela, lá, era a Franklin Roosevelt Academy.
Suspirou, contente em poder respirar ar puro. A diretora dali tinha um dos piores cheiros que já havia sentido, mas era amável. Tinha abraçado-a e afagado seu cabelo antes de lhe dar a chave do quarto. Uma garota entrou ali e a viu, no meio do quarto, sem saber o que fazer.
- Hm, olá...você deve ser a Suzannnah. Sou Carmem - falou a loirinha, estendendo a mão.
- Ah...olá Carmem...sou eu sim, mas me chame só de Suze, por favor. As duas seriam grandes amigas.
Arbuckle, Orfanato Municipal, 04 de dezembro de 2000Sala da Diretora17:42
- Suzannah, por favor, escreva "Pessoal"A menina obedeçeu, empunhando a caneta.
Peçoau- JogadorGajodor- LivroVilroA fonoaudióloga suspirou. Já suspeitava que a menina apresentasse dislexia. Os professores reclamavam que a aluna se recusava a ler textos em voz alta, demorava mais que o normal para copiar textos no quadro, e, além, não parava quieta em classe e se distraía facilmente. Chamou a sra. Kerr e o cheiro de berinjela, cigarro e whisky invadiu as narinas da garota sentada à mesa.
- Suzannah pode ser diagnosticada com dislexia. Talvez também tenha hiperatividade mas a senhora teria de consultar um psiquiatra para ter certeza.A sra. Kerr levou as mãos à boca.
Avalon, William Shakespeare High School, 27 de fevereiro de 2009.Laboratório de Química09:32
- Suze, coloque o bicarbonato!
- Ãhm?Era a segunda vez que Jared a chamava para a Terra. Seu parceiro de química e único amigo
e paixão secreta da morena naquela escola infernal já ficava impaciente. Ela pensava porque Hugh Damon, o rapaz que andava engraçado e que morava no quarto ao lado do seu no orfanato, a seguia para tudo quanto era lugar. Aquilo começara desde que o garoto havia entrado na escola, quatro anos atrás. Surpreendentemente, Suzannnah conseguira ficar todo esse tempo em Avalon. Seu recorde, apesar de ter freqüentes suspensões ali.
Que estava prestes a ser quebrado.
Colocou um pouco mais do que o necessário, e a sra. Jonhson - a professora de química, que sempre usava óculos escuros - a repreendeu de forma dura. Porque aquele homem tinha que ser tão idiota? Uma fúria incontrolável tomou conta de si, e, de repente, a labareda que esquentava a fórmula química aumentou e fez a mistura explodir, levando o laboratório junto.
- MITSUWELL! - gritou a sra. Jonhson
- Sim senhora - respondeu a garota, ainda irritada, enquanto a acompanhava para fora da sala. Observou Hugh se esgueirando para espiar a conversa.
- Estou tendo problemas com você.Suze tinha vontade de esmurrá-la, mas conteu seus impulsos e fez o que era inteligente.
- Sim.- Achou que não descobriríamos? Estava errada. Muito errada, Mitsuwell.Então, os cabelos cresceram repentinamente, e a pele se tornou branca e quase transparente. Os cabelos se trançaram e viraram serpente, que arqueavam e sibilavam, lançando a língua bifurcada para a frente.
"Mas que diabos..." pensava a garota.
O terror a petrificou, e quando a sra. Jonhson se preparava para tirar os óculos escuros, Hugh irrompeu pelo corredor.
- NAO OLHE DIRETAMENTE PARA OS OLHOS DELA!E então caiu a ficha. Aquela era uma das Górgonas. E queria matá-la. Hugh atirou algo parecido com um cilindro em sua direção. Era dourado e brilhante. Tentou pegá-lo, mas este passou por entre suas mãos e, pelos seus cálculos, havia parado atrás da Górgona, a qual Suzannah evitava olhar. Hugh cobria os olhos com as mãos e lhe entregou um espelho.
Usando-o para se guiar, Suze se esquivou da Górgona e conseguiu pegar o cilindro dourado, e, em súbita descarga de adrenalina, golpeou-a na costas. Ela virou um monte de areia.
Sentia-se esgotada, e, acima de tudo, confusa. Não podia estar sonhando, era real demais. Voltou a sala, com Hugh em seus calcanhares.
- E aí, o Hayley te deu suspensão? - perguntou Jared
- Quem? - Suzannah indagou confusa. Quem era Hayley?
- Nosso professor de física, duh. Suze, você está bem? Digo, tirando esse monte de cinza na sua roupa.
- Sim - mentiu. Não estava bem. Nada bem. E não tinha nada a ver com a explosão
- Mas acho que vou ser expulsa.Avalon, Orfanato Municipal , 27 de fevereiro de 2009.Sala do Diretor22:11
- Chamou senhor?
- Sim Suzannah. Recebi a carta de que você foi expulsa da WSHS.
- Ah...terei de me mudar?
- Receio que sim. Era a única escola pública da cidade.
- Entendo.