Olympic Chronicles
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E se os deuses do Olimpo estivessem vivos em pleno século XXI? E se eles ainda se apaixonassem por mortais e tivessem filhos que pudessem se tornar heróis? Segundo a lenda da Antigüidade, a maior parte deles, marcados pelo destino, dificilmente passam da adolescência. Poucos conseguem descobrir sua identidade. Os que realizam essa "façanha", por sua vez, são mandados para um lugar especial: O Acampamento Meio-Sangue, um campo de treinamento, o lugar mais seguro para uma criança semi-deusa, .
Ou pelo menos era, até Cronos começar a planejar sua volta.
O Titã está recrutando novos montros, colocando o mundo em perigo. A profecia está prestes à se cumprir, e Cronos tem um trunfo - ou finge ter - em seu poder : A Caixa de Pandora, feita por Hefesto, e que contém todos os males do mundo.

Escolhas serão feitas, partidos serão tomados. E, o mais importante: a profecia será realizada. 

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Fórum CentralAvalonPrisma - a Hogwarts RPG

 

 The beginning

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Jackie Swann
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Jackie Swann


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MensagemAssunto: The beginning   The beginning Icon_minitimeSeg Jul 06, 2009 5:46 pm

Chegamos!

Era só nisso que eu pensava e repensava. Eu só via esta palavra de oito letras e um significado amplo que no momento me torturava. Me torturava porque me lembrava tudo o que aconteceu antes de chegarmos, tudo o que vinha acontecendo até aqui e tudo que poderia acontecer depois disso.
Mas chegar ainda não parecia ser a palavra certa, era perto de ser, mas ainda sim eu queria dizer outra coisa. Nós não chegamos aqui, porque não sabíamos que viríamos. Sabíamos sim que viríamos para um acampamento de verão sobre deuses Olimpianos, mas sequer imaginávamos que tudo aquilo era real como na Terra do Nunca. Então talvez a palavra certa fosse: vimos. Nós viemos para cá. Eu e Amber viemos junto de Josh - o carneiro mentiroso - e Tonya - que parecia estar mais envolvida nisso do que fazia parecer.

Viemos cobertas por uma mentira que eu não sei estava pronta para perdoar. Quer dizer, não esperava que tudo fosse despejado em cima de nós como uma torrente de palavras, mas é muito difícil você confiar em alguém e de uma hora para outra não saber se tudo fazia parte da mentira ou não. Era assim que me sentia em relação a Josh e nem quero imaginar como Amber devia estar se sentindo. Se bem que nem acho que era para tanto, é claro que eu iria socá-lo por isso, mas espero que depois tudo voltasse ao normal - ou quase isso, apesar disso o loirinho era nosso amigo e nem tudo que foi dito foi mentira, fora todo aquele lance de "não quero perder a amizade de vocês", isso me tocou - mas não iria ficar barato.

Pela primeira vez em horas eu havia me sentando. Pela primeira vez desde que 'chegamos' no acampamento eu pude respirar fundo e relaxar. Já estava me irritando com todo aquele passeios turístico de Josh e o centauro. Não estava muito animada para saber como era o acampamento ou como as pessoas viviam felizes e saltitantes por lá ou qualquer coisa do tipo. Um susto num dia era o bastante e eu não tinha que ver harpias e fadas andando por entre as pessoas como se fosse natural. Aliás, era natural, mas difícil de se acostumar de repente. Eu tenho de confessar que aquilo era no mínimo excitante e que eu já planejava em minha mente muitas das coisas que queria fazer no acampamento. O que era estranho, não sei deveria me descabelar ou relaxar só sei que, depois do susto, eu queria deitar no chão e rolar de rir. Quer dizer, era engraçado afinal. Quando é que eu imaginaria que tudo que eu pensei ser contos históricos era mais real do que julgava?

Hera, Ares, Zeus... Todos existiam e estavam ali. Eu estava no chalé de Deméter, eu era filha dela, quem não riria de algo assim?
No começo foi como se uma bola de basquete estivesse se alojado no meu estomago. Uma ânsia e um mal estar me percorreram quando pus os pés naquele chalé. Mas agora, revendo os fatos, era mesmo de se rir, porque era muita barbaridade junta e quase impossível de se crer. Juro que se não tivesse visto aqueles centauros e sátiros nunca teria acreditado e iria embora dizendo que os miolos de Josh viraram poeira atmosférica.

Eu não tinha visto Amber desde que deixei Josh, ela e o centauro e adentrei como uma bala perdida o chalé de número 4, aquele que fora designado para os filhos de Deméter, no caso, eu e Amber.
Eu pensei que fosse encontrar algo sobrenatural lá dentro, assim como havia do lado de fora, mas me espantei quando vi que a única coisa anormal era o fato de os galhos das imensas arvores frutíferas que circundam a casa entrarem pelas janelas sempre abertas, uma das regras do chalé. Fora isso, nada demais, portas de um mármore escuro e um marrom rútilo e as paredes em sua maioria em cores claras. Era lindo, não se podia negar.

Eu me dirigi até o quarto, sem saber bem qual era, agi por instinto e não demorei para encontrá-lo. Felizmente o chalé não era do tamanho gigantesco da mansão que vivíamos, acho até que aqui eu me sentia melhor do que na casa de meus tios, não conseguia me encaixar lá, era como se fosse uma casa de estranhos e, veja bem, diferente de muitas pessoas viver em um "castelo" não era algo maravilhoso, me sentia péssima isolada lá e, não tenho certeza, mas acho que Amber se sentia da mesma forma.

O quarto era de tamanho normal, tinha todas as camas enfileiradas com criado-mudo, um armário embutido e as mesmas cores claras preenchiam as paredes do quarto também.
Tirei o boné com o qual cobria minha cabeça, atirei-o sobre uma das camas e me joguei nela logo em seguida, sem me preocupar em que parte do chalé eu desovei minha mochila com minhas roupas, minha dor de cabeça simplesmente me impedia de pensar ou algo assim, já que eu parecia pensar muito, na verdade, e coisas bem desconsertas rodeavam em minha mente como se brincassem de ciranda. Meu cérebro parecia um carrossel.

Meus olhos se fecharam lentamente e eu revia as imagens de todo o acampamento e tudo que Josh havia nos mostrado nele. Os nossos meio-irmãos, a arena, o refeitório, a casa grande e os demais pontos daquela extensão. Não me lembro de ter visto nem a floresta e nem o Anfiteatro, disse ele que nos levaria lá depois.
Todas aquelas imagens e pessoas e animais rodeavam em minha cabeça e eu ouvia vozes conhecidas ao fundo e crianças brincando e gritando distantes, em frente ao chalé.

Era engraçado, mas no momento não queria rir, nem usufruir de tudo aquilo, eu queria dormir e tentar sonhar com as coisas extraordinárias que nos esperariam, claro, com os pontos positivos, pois os negativos estavam sendo ignorados em alguma parte coerente do meu cérebro.

Não ouvi Amber abrindo e fechando a porta, nem seus passos cautelosos em direção ao quarto, nem quando ela murmurou meu nome uma ou duas vezes, só sei que quando abri meus olhos ela estava ali, bem ali, sentada na cama e me fitando enquanto eu só via sua imagem turva e minha mente continuava a girar descontroladamente e olha que não precisei de nenhuma gota de álcool para que isso acontecesse.
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MensagemAssunto: Re: The beginning   The beginning Icon_minitimeSeg Jul 06, 2009 6:53 pm

“A Deusa Deméter e Seu Templo” – Agora me lembro dessa história que papai nos contou
quando tínhamos uns 6 anos. Ele a contou somente uma vez, por isso tinha
esquecido. Mas agora que estou vendo os pequenos chifres do garoto que eu a...
adoro, um centauro, e duas camas – minha irmã e eu – no Chalé de Deméter – o
que significa que somos filhas dela – eu me lembrei. Lembro que papai deitou na
nossa cama conosco e disse que aquela noite contaria uma história diferente.
Não tinha um livro nas mãos, então suponho que ele tenha juntado todas as
informações que conseguiu e criado uma história fofa para crianças. Fico me
perguntando se mamãe... Luize... sabia de quem nós éramos filhas. Ou se sabia e
por isso pediu para que papai parasse de nos contar a história, sei lá. Só sei
que, por mais que agora eu tenha descoberto ter outra mãe, ela não vai deixar
nunca de ser a minha mãe. Eu só... tenho duas mães agora, certo? Ela não vai
deixar de ser só porque eu descobri... tudo isso.


Josh nos levou pra conhecer todo o acampamento, junto daquele centauro que eu não lembro o nome. Era tudo muito lindo e, se eu não tivesse triste por saber que minha
mãe ficou 17 anos sem ao menos se importar comigo, e a mãe que se importou 17
anos comigo não era considerada minha mãe por um idiota teste de DNA, eu teria
ficado encantada e me divertido muito ao lado do garoto por quem sou apaixonada
– que por acaso mentiu pra mim. É, tirando isso, foi bem legal
descobrir que eu tenho mais “qualidades” que um ser Humano normal. Ou será que
daqui a algum tempo vou continuar considerado isso uma qualidade? Vai saber
né... ?!


Quando voltamos do tour, o centauro teve que voltar para a Casa Azul e Jackie entrou
no Chalé mais rápido do que um jatinho. Ficamos só nós dois... Josh e eu. Ele
ainda me olhava com uma cara de culpa e medo, enquanto eu o olhava com alguma
magoa. Fora o choque de ver que ele não é um Humano ou algo como eu, e sim um
Sátiro. Como seria? Isso é ao menos permitido? Eu nem sabia o que pensar. Mas
eu tenho certeza o que sinto por ele não mudou. Ou... se mudou, foi pra muito
maior. Mas... como...? Achei melhor parar de martelar minha cabeço com isso e
abaixei os olhos dos olhos dele, suspirando. – Conversamos amanhã. – foi
a resposta dele perante meu suspiro cansado. Eu afirmei com a cabeça e entrei.


Era muito lindo por dentro; tanto quanto por fora. Jackie já tinha se jogado numa das
camas e coloquei minha mala perto da cama do lado. Sentei e fiquei pensando em
tudo isso; tudo que tinha visto, escutado, sentido; nossos novos pais, nossa
nova mãe, em Josh ter chifres, etc. Devo admitir que ele não tinha ficado mais
feio ou estranho. Estava perfeito, como sempre. Estava... bom, mas não é hora
de pensar nisso.


Olhei pra minhas irmã que era um espelho de mim, exceto pelas roupas diferentes e a
cabeleira preta e me perguntei como ela conseguia dormir tão rápido. Hey,
tínhamos que conversar! Por isso fui até a cama dela, me sentei ao seu lado e
fiz carinho em seu braço pra acordar. Tadinha, deu pena quando ela se virou e
me olhou com aquela carinha de sono. Não pude deixar de sorrir e afagar seus
cabelos. Passei meu braço por cima dela, na altura da barriga, e me apoiei no
meu cotovelo – mais confortável e mais perto. – Como você consegue dormir com tudo isso?
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MensagemAssunto: Re: The beginning   The beginning Icon_minitimeSex Jul 10, 2009 10:53 pm

Eu estava em um estado que eu poderia denominar de decadente. Meus ossos pareciam se contorcer a cada movimento mínimo e a luz quente da tarde atingia meus olhos como um fogo. Se eu estivesse morta estaria menos dolorida e eu não poderia dizer, no momento, se a dor de cabeça era pior do que a dor no corpo, acho que estavam em níveis iguais e extremos.
Não, eu não queria dormir, eu queria desmaiar, entrar em coma, virar um vegetal, qualquer coisa que me livrasse das dores físicas e até mesmo emocionais, porque eu estava com o meu emocional bem atingido se quer saber. Digo, descobrir que a mulher que te criou não é a sua mãe e que sua mãe é uma Deusa do sentido mais literal que se possa imaginar da palavra, deixava a pessoa no mínimo com uma baita ferida no ego se não o bastante para torná-la completamente insana, mas como meu caso de sanidade já era algo duvidoso antes mesmo de vir para cá não acho que meu psicológico tenha sido atingido nesse aspecto e nem acho que eu seria capaz de sair por aí quebrando coisas ou pulando como um macaco.
Na verdade, eu só era uma pessoa sentindo todo o peso de uma descoberta surpreendente, tão surpreendente que eu ainda custava para acreditar e, enquanto o sono vinha me tomando de levinho, eu começa a achar que era tudo um sonho, um louco e estranho sonho, que mais tarde eu contaria para Amber e Josh e nós riríamos juntos das barbaridades que imagino. Mas pouco a pouco fui retomando a consciência e me lembrando da tarde louca que tive hoje e das coisas loucas que fizemos hoje e das loucuras que vimos hoje e me lembrei que era tudo muito real para ser só mais um sonho. Por um momento desejei profundamente que não fosse um sonho, eu não queria simplesmente abandonar a chance de viver uma verdadeira aventura, não como as que vivia em Nova York, que se restringia a fugir de casa a noite ou se embebedar em festas. Eu desejei que fosse real e desejei que as aventuras fossem reais porque, de uma hora para outra, tudo pareceu simples demais e divertido demais e não me importava todo o peso da responsabilidade, que responsabilidades eu teria ali afinal? Ou em Nova York? Eu sequer tinha uma vida lá... E foi bom pensar assim, me senti leve por instantes e quando comecei a imaginar as coisas que viveríamos dali para frente, o sono retornou e eu poderia ver tudo meio desfoque e agitado e coisas desconectas começavam a acontecer. Alguém se aproximando e coelhos pulando ao fundo, depois senti algo me tocar, mas os coelhos não desapareceram e agora eles também cantavam e dançavam.

Foi quando Amber se sentou ao meu lado e eu acordei de supetão. A consciência voltou rapidamente, mas eu não me levantei tão rápido quanto queria. Tentei, mas só abrir meus olhos foi o bastante para que a cabeça voltasse a rodear e as imagens continuavam desfoques, mas eu poderia chutar um palpite e dizer que aquela sombra embaçada me olhando com ternura era Amber ou colocaram um espelho na minha frente, o que era bem improvável, espelhos não mudam a cor do nosso cabelo.

Virei minha cabeça em sua direção, lentamente, o olhar ainda caído e sonolento, mas agora eu poderia ver nitidamente o sorriso em seu rosto e pude sentir o seu toque, quando ela acariciou meu cabelo.
Eu e Amber sempre tivemos uma ótima relação como irmãs, éramos mais como melhores amigas, se for bem analisado. Quase nunca brigávamos e eu sabia que poderia contar tudo a ela, assim como ela contava tudo a mim. É claro que toda irmão briga, mas nossas brigas geralmente eram resumida em: eu brigar com os namorados de Amber e Amber brigar comigo por isso, nada demais, puro ciúmes e, que fique claro, sou uma pessoa muito possessiva e violenta, nunca deixei de admitir isso, sinceramente, eu me orgulho, assim consigo manter afastado dos meus amigos aqueles tipos pessoas imprestáveis. Funciona, mais ainda quando invento umas mentirinhas sobre como não sobreviveu inteiro nenhum namorado da Amber, ou sobre como eu escalpelava as "Tifanys" que se aproximavam do Josh, coisas assim.

Amber se remexia sobre a cama, enquanto eu divagava sobre meu espírito obcecado. Ela se ajeitou confortavelmente, se aproximando de mim e apoiando seu corpo sobre o cotovelo. Só então ela iniciou o diálogo e, a julgar pelo óbvio, nós teríamos uma longa e duradoura conversa e eu teria que esquecer, momentaneamente, da minha explosão interna. Tentei fazer isso, quando ela perguntou:
- Como você consegue dormir com tudo isso?
- Eu diria mais que desmaiei. - disse, virando meu corpo para o seu lado. Apoiei-me sobre meu cotovelo e deitei minha cabeça sobre minha mão.
Não era mentira, no estado em que eu estava, aquilo parecia mais um desmaio do que um cochilo. Seria um bom desmaio de sono, me livraria de uma torturante conversa, mas, como irresponsabilidade parecia só mais um sonho, eu teria que enfrentar o problema que tínhamos em mãos. Apesar de não considerar algo assim tão problemático, havia uma solução simples: ficar. Mas teríamos que conversar sobre isso, conversar muito sobre isso.
Iniciei o diálogo com uma pergunta simples, prática e que em pouco tempo nos levaria para o núcleo da conversa.
- E quanto ao loirinho? - perguntar isso com certeza mexeria com Amber, mas de Josh falaríamos sobre sua conduta de sátiro e de sátiros falaríamos sobre centauros e harpias e Deuses e tudo o que vimos hoje e o que decidiríamos em relação a isso.

Bem, devo admitir, também queria saber o que havia acontecido, afinal, entre eles.
Não era curiosidade, era preocupação. Pura e simples preocupação com Amber.


Última edição por Jackie Swann em Sáb Jul 11, 2009 1:46 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: The beginning   The beginning Icon_minitimeSáb Jul 11, 2009 12:48 am

Ela se virou e seu olhar parecia meio cansado. Meio? Okay, to sendo exagerada... ela estava muito cansada ou algo assim. Mas... precisávamos conversar, eu não conseguia esperar. Ela era minha melhor amiga, minha irmã, era pra ela que eu queria contar e discutir o assunto: Estar num acampamento de Semi-Deuses; Ser filha de uma Deusa que nunca nem conhecemos; E... Josh.

- Eu diria mais que desmaiei.Eu ri. Engraçadinha, sempre me faz rir. Ou eu ria por nervoso? Porque ela não parecia estar fazendo piada, e sim falando a verdade. Enfim... E quanto ao lourinho? – Meu pensamento foi: “você também não perdoa né?”. Mas meu olhar dizia mais como... como eu poderia descrever a vontade que eu tive de chorar? Sim, chorar. Não entendi muito bem o porque; acho que todas essas novidades estavam deixando meu emocional de cabeça pra baixo ou sei lá, porque, eu acordei a minha irmã justamente pra falar dele. Do acampamento em geral e tudo o resto, mas não vamos mentir: ele era o que mais se destacava nos meus pensamentos. Olhei pra ela e abaixei os olhos imediatamente, assim que senti-los arder. Eu queria falar, mas sentia uma bolinha de gude na minha garganta prendendo minha voz, e eu não queria arriscar nada.

Levantei e deitei ao lado dela, ainda fugindo dos seus olhos verdes que eram idênticos aos meus. Claro que ela já tinha percebido, ela consegue ler meus pensamentos, certo Edward? Me pediu pra contar e depois de mais alguns segundo eu finalmente consegui falar.

– Disse... disse que conversamos amanhã. – Respirei fundo e por um momento me senti vitoriosa por conseguir falar “normalmente”. Ou o mais normal que uma pessoa consegue falar com uma bolinha de gude presa na garganta. Esse um momento passou assim que ela levantou meu rosto dizendo para que eu olhasse pra ela. Uma lágrima traidora escorreu. Por mais que tivesse sido só uma, eu não queria me acalmar dizendo isso, porque quem sabe o que as companheiras dela iriam achar da fuga, certo? Quando reparei pequenas rugas de preocupação na testa da minha irmã, tentei me apressar pra dizer que ela não precisava delas. – Não... não é nada, ele não fez nada. – Sim, era bom deixar isso claro antes que ela o escolhesse como cobaia pros seus poderes recentemente descobertos. E como eu não sei quais são, não quero arriscar. – É só... eu... Ele mentiu pra nós... Tudo bem, ele precisava nos manter seguras e se contasse poderíamos não querer vir, ou não sei... Mas... – Mas e... eu? Nós? – Eu não sabia expressar a última parte, afinal, Josh e eu não tínhamos nada. E talvez ele nem possa ficar comigo, pode ser proibido ou algo assim. Mas isso eu conversaria com ele amanhã. Eu nem sabia o que eu tava sentindo... só sabia que eu queria chorar. Mas... eu não queria chorar. Quero dizer, eu sentia vontade de chorar, mas eu não queria chorar. Não era momento pra chorar, e sim pra conversar sobre tudo, certo? Certo, então eu limpei a outra lágrima que escorreu sem eu reparar e tentei sorrir, pedindo para que ela esquecesse.

– Mas... me conta. O que ta achando desse lugar? Disso tudo? Eu não sei bem o que pensar ainda... – Mudar de assunto é sempre uma boa opção. Pelo menos para quem ta na desvantagem...
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MensagemAssunto: Re: The beginning   The beginning Icon_minitimeSáb Jul 11, 2009 4:30 pm

No exato momento em que Ambs e eu começamos a conversar o sono e o cansaço haviam se esvaído de mim como mágica e no lugar eu havia deixado espaço para a ira. Eu estava completamente irada e começava a perceber que falar sobre Josh não havia sido uma boa idéia. Não porque magoaria Amber, mas porque a medida que ela se entristecia eu começava a me tornar uma potencial assassina de sátiros.
Eu sabia que ela estava infeliz com ele, eu sabia que ela estava confusa e, acima de tudo, que estava magoada, mas até então eu não tinha percebi a proporção que tudo isso havia tomado e só quando começamos a falar sobre ele eu notei que ela estava mesmo muito triste e que não o perdoaria tão logo. Por este mesmo motivo, minhas divagações sobre perdoá-lo e deixá-lo vivo havia se tornado poeira e eu não o desculparia nunca pelo que fez, não a mim, mas a Amber. Talvez eu pudesse reconsiderar o assunto depois de torturá-lo até a morte, mas temporariamente, eu só estava pensando mesmo em tortura e nas milhões de formas de tortura que eu havia aprendido com os documentários da segunda Guerra.

Sei que eu deveria entender o lado de Josh antes de atacá-lo, mas eu não queria entender o porque daquilo tudo, eu só tinha em mente que ele havia traído minha confiança, por mais que tenha sido instruído, foi uma traição, até porque eu nunca confiei em ninguém a não ser em Amber e em mim mesma, e, de repente, um garoto loiro e fofinho consegue conquistar minha confiança meses antes de quebrá-la com uma simples revelação. De qualquer forma, era difícil de aceitar, por mais que eu me ponderasse e me forçasse a acreditar, era difícil.
Certo, ele poderia não ter errado, ninguém errou todos haviam cumprido seu papel, mas era exatamente isso que me deixava confusa e deixava Ambs mais confusa ainda. Enfim, toda aquela proximidade era só a missão de Josh ou ele foi mesmo nosso amigo esse tempo todo?
E que se dane a sua missão ou ele ter sido impelido a isso, um simples fato me levava a crer que ele não teria muito tempo de vida: fazer Amber chorar. Josh pode ser inocente, o céu pode ser azul e Deméter nossa mãe, mas que se explodam os fatos consumados, minha irmã estava triste e alguém pagaria por isso.
Volto a dizer que sou alguém extremamente ciumenta e possessiva e isso me dá total direito de machucar pessoas que machucam pessoas que eu amo.

No entanto, minha intenção inicialmente era chegarmos logo ao ponto principal da conversa. Eu deveria ter sido direta, teria me poupado - e poupado Ambs - de falar sobre Josh, mas eu não poderia ignorar isso, eu queria saber exatamente como Amber se sentia e eu sabia que, de certa forma, ela precisava desabafar, tive mais certeza quando ela olhou para mim e baixou os olhos, pareceu desconfortável com o assunto, como se não conseguisse, mas quisesse falar.
Ela se deitou ao meu lado, olhando qualquer ponto estratégico que não fossem meus olhos. Sua expressão me machucava, mas é claro que eu não deixaria isso transparecer, já bastava uma das gêmeas com os olhos brilhando como se fosse chorar.
- Ambs... - comecei com a voz acolhedora - Me diga o que aconteceu... - acho que foi o empurrão que ela precisava para começar a falar. Ela precisava de um incentivo para desabafar, ela precisava de alguém para a entender e, naquela instante, eu tive certeza que ninguém no mundo a entenderia como eu a entendo, que ninguém teria essa ligação como eu tenho com ela.
- Disse... disse que conversamos amanhã. - ela me respondeu com um suspiro longo e doloroso. Ao menos foi doloroso para mim e com certeza seria doloroso para Josh quando eu o encontrasse.
Ele não tinha o direito de decidir quando resolveriam aquele assunto. Ele não tinha o direito de adiar essa conversa para o seu conforto, ele, por Deus, não tinha o direito de machucar Amber daquela forma. E essa raiva parecia bem expressa na minha face. Eu estava com raiva, com mágoa e preocupação. Raiva pela tristeza de Amber, magoada pela mágoa de Amber e preocupada com o quão longe havia ido a relação deles e o quanto Ambs era apaixonada por Josh. Rezei para que tudo que eu sabia sobre aquela história fosse realmente tudo o que aconteceu todo este tempo.
Eu me virei para Amber, ela parecia ainda mais ferida do que quando começamos a conversa e eu queria ter me chutado por ter tocado no assunto.
Levantei o rosto de Ambs em minha direção e fiz com que ela olhasse nos meus olhos. O que passou pelo seu olhar com certeza não foi nada agradável e nem feliz e o que ela sentia e transmitia pelo seus olhos logo foi representado por lágrimas. Uma lágrima indesejável que ela deixou escapar e que só me deixou ainda mais preocupada e irada. Minhas emoções estavam bem transparentes naquele momento e minha expressão era bem reveladora, ao menos foi o que deduzi quando Amber disse
Não... não é nada, ele não fez nada. - era bom que ele não tivesse feito nada. Eu poderia até aliviar para seu lado, não que eu pretendesse, mas quanto menos estrago ele tivesse feito melhor seria.
- É só... eu... Ele mentiu pra nós... Tudo bem, ele precisava nos manter seguras e se contasse poderíamos não querer vir, ou não sei... Mas... - mas e quanto a eles? E ela? Amber não precisava dizer para eu saber que era isso o que ela estava pensando. Era bem obvio a julgar pela situação e pela sua face.
Eu também me fazia a mesma pergunta. E quanto a eles? Eu sei que entre mim e Josh nada mudaria, ele mentiu para mim, traiu minha confiança, mas as coisas se resolveriam de forma rápida e menos dolorosa, afinal, somos amigos, amigos se entendem com duas palavras. Mas ele e Amber eram mais que amigos, ao menos se sentiam como se fossem mais do que isso, sentiam mais do que um amor fraternal. Entre eles o diálogo seria maior, seria pior. Josh teria que provar para Amber que o que aconteceu entre eles não era nada relacionado a sua missão. Digo, todos aqueles olhares bobos da parte dele não poderiam ser só atuação, eu sabia disso, mas e Amber? Fora que era tudo confuso demais para se entender e para se resolver de forma simples, não era como 2 e 2 são 4, eu diria que se a relação deles fosse representado pela matemática teria de ser inventado no mínimo umas 100 novas teorias e formulas matemáticas.
Eu estava começando a achar que eles resolverem tudo isso amanha era melhor. Ambs já teve revelações o suficiente para um dia só.

Eu estava pensando sobre isso, enquanto deixava um espaço para Amber refletir, ela precisava digerir tudo antes de continuar e eu precisava gerir bem minhas palavras antes de dizer qualquer coisa.
Ela lembrou mais uma lágrima traiçoeira. Não queria chorar, por mais que isso fosse bom para que ela desabafasse, acho que ela já havia chorado demais nos últimos anos, além do mais, teríamos muita conversa pela frente e foi pensando assim que ela sorriu - um sorriso triste que não alcançou seus olhos - e pediu para que eu esquecesse, mudando completamente de assunto.
- Mas... me conta. O que ta achando desse lugar? Disso tudo? Eu não sei bem o que pensar ainda... - tive vontade de rir da forma parva como ela mudara o assunto de água para vinho sem nem mesmo uma pausa.
- Se quiser mudar de assunto, sugiro falar sobre o tempo. - falei contendo um sorriso.

Eu sabia que falar sobre Josh era ruim, mas eu não poderia finalizar a conversa sem antes dizer algo reconfortante.
- Ambs... - falei limpando mais uma lágrima sua - Amanha vocês resolvem tudo, okay? Eu tenho certeza que depois de uma longa conversa tudo vai dar certo e caso não se resolva, eu trouxe meu taco de beisebol em algum lugar da minha mochila e não terei pudor de usá-lo contra um certo sátiro loirinho. - eu ri, com o intuito de fazê-la rir e continuei - Por enquanto só tenha certeza de que a verdade disso tudo é que ele realmente gosta de você, pelo menos é o que parece pela forma como ele fala com você, olha para você, sorri e parece totalmente desconcertado quando você o olha. - eu sorri, olhando em seus olhos e sendo completamente sincera em minhas palavras, depois de tudo o que pensei, acho foi a única coisa coerente e verdadeira que me veio em mente. Ela respondeu algo e decidimos colocar um ponto final no assunto, ao menos por enquanto.
Afinal, eu não poderia dizer para Amber quais planos em tinha em relação a Josh, primeiro porque ela me acharia mais louca do que já sou e segundo porque ela não deixaria que eu exercesse nem metade do que eu pretendia.

- Ah, a propósito, esse lugar pareceu bem gostoso. - falei me jogando para trás e cruzando os braços embaixo da cabeça - Definitivamente, os filhos de Apolo são mesmo gostosos.
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MensagemAssunto: Re: The beginning   The beginning Icon_minitimeSáb Jul 11, 2009 8:31 pm

Lembro quando éramos pequenas e que eu mudava de assunto drasticamente quando não queria mais falar das notas baixas que eu tirava ou quando aprontava alguma coisa. Eu era boa nisso... pelo menos papai e mamãe esqueciam – ou fingiam esquecer – e logo eu estava salva. Acho que achavam engraçado e inteligente o assunto que eu puxava pra cortar o outro. Mas quando era algo triste, só contava pra Jackie, que eu lembre. Nunca dava certo. Quando eu queria uma boneca e não podia ter no momento, eu tentava mudar de assunto e dizer que não importava tanto, mas não dava certo e ela sempre me consolava dizendo que eu ainda não podia ter, mas quem sabe no Natal ou no nosso Aniversário? E sempre dava certo. Ela é mais nova que eu 33 minutos mas sempre cuidou de mim quando eu precisava. E hoje não é diferente. Não sou arrogante em negar que às vezes preciso de colo e as vezes de broncas, mas nisso sou arrogante pra dizer que não preciso. Embora fique quieta quando ela briga comigo por alguma razão. Precisava dela agora... e sinto que vou precisar amanhã, e depois... na verdade sempre, mas esses dias são garantidos. Amanhã conversaria com Josh, e meu medo diz que... diz que eu devo ter medo.

- Se quiser mudar de assunto, sugiro falar sobre o tempo. – Eu sorri e olhei pra ela – Sim, está uma tarde linda lá fora. Com o sol tocando a copa das árvores, passarinhos cantando, Semi-Deuses jogando vôlei contra Centauros e Dríades e Ninfas pela floresta – seja lá o que isso quer dizer. – Sorri mostrando que eu também sei brincar. Mas meu sorriso ainda não estava confiante...

- Ambs... – Olhei pra ela. - Amanha vocês resolvem tudo, okay? Eu tenho certeza que depois de uma longa conversa tudo vai dar certo e caso não se resolva, eu trouxe meu taco de beisebol em algum lugar da minha mochila e não terei pudor de usá-lo contra um certo sátiro loirinho. – Ela riu me fazendo rir também, mais pelo riso dela, porque eu sabia que ela seria bem capaz disso, e não queria ver Josh machucado. - Por enquanto só tenha certeza de que a verdade disso tudo é que ele realmente gosta de você, pelo menos é o que parece pela forma como ele fala com você, olha para você, sorri e parece totalmente desconcertado quando você o olha. – Olhei pra ela e sorri com a sinceridade que ela me passava. Ela realmente acreditava nisso e não costuma errar quando acredita em algo. Ainda assim olhei pra baixo desacreditada... – Isso não quer dizer nada. Talvez tenha percebido que eu gosto dele e esteja sendo gentil em não me machucar. – Falei em sussurros. Era verdade. Ele era tão educado e fofo, que nunca teria coragem de ser menos do que cuidadoso com os sentimentos de uma pessoa. Ainda mais quando o sentimento da pessoa é por ele. Mesmo que ele nem sinta o mesmo...
Mas... algo no que ela disse me chamou atenção... – O jeito com que ele me olha... – Pensei alto. Dei um meio sorriso e continuei – Amanhã saberemos...

- Ah, a propósito, esse lugar pareceu bem gostoso. Definitivamente, os filhos de Apolo são mesmo gostosos. – Ela respondeu a primeira pergunta que eu fiz láááá em cima, mudando de posição e olhando pro teto.
– Hanf... você é inacreditável, sabia? Você mal chegou e já deu uma olhada nos garotos? O que você é? Uma ninfa? – Rimos e eu ganhei uma travesseirada. Que teve volta, claro. – Ninfadoooora! – Falei implicantemente do mesmo jeito que os Britânicos falam esse nome. Estava esperando a responda dela sendo algo como “Don’t call me – Ninfadora”.
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MensagemAssunto: Re: The beginning   The beginning Icon_minitimeQua Jul 22, 2009 4:00 pm

Por hora, mudar de assunto havia sido a melhor solução para um de nossos fatídicos problemas. Falar sobre outra coisa que não fosse Josh parecia ser um alivio pra Ambs. Sequer pensar nele era um incomodo, como se ela quisesse esquecer momentaneamente de toda aquela confusão e só recobrá-la amanhã.
Bem, eu também estava me incomodando em falar sobre Josh, começava a sentir algo em relação a ele que não era nem perto de bom e apesar de toda aquela mentira, tenho de dizer que não queria sentir raiva dele, não estava sentindo, na verdade, não pela mentira, isso eu até já tinha entendido, mas estava sentindo raiva por ele fazer Amber se sentir mal, isso eu não entendia. Não entendia porque ele não havia dito tudo que devia dizer a ele, não entendia porque ela não havia dito tudo que devia dizer a ele, não entendia porque diabos os dois não se entendiam.
De qualquer forma, enquanto mantivéssemos nossos pensamentos em outra coisa - de preferência os gostosos filhos de Apolo - poderíamos relaxar, acalmar e quem sabe refletir melhor sobre aquela bomba que explodiu nas nossas mãos.

Não que precisasse mais reflexões, talvez só uma decisão que acho que já havíamos tomado quando pisamos naquele chalé, nós decidimos ficar e ficaríamos até quando fosse suportável. Para mim não fazia diferença, diferença alguma, tanto lá quanto aqui teríamos a mesma vida - talvez morando em um lugar que parecia ter saído de um livro sobre mitologia grega seja até um pouco mais divertido -, enfim, a questão era Ambs, mas eu a conhecia bem, conhecia a ponto de saber que nada disso era tão grave que precisasse de um congresso para se decidir algo e sabia que ela não dava tanta importância a situação, não ligava por causa dos seus pensamentos e sentimentos sobre o maldito cabrito que eu estava tentando esquecer justamente para não chamá-lo de maldito. De qualquer forma acho que nós ficaríamos em qualquer lugar, contando que estivéssemos juntas.
Na minha opinião, ignorando todos aqueles fatos improváveis de monstros e deuses e filhos de deuses, o lugar parecia realmente agradável, as pessoas eram agradáveis, os rapazes eram com certeza muito agradáveis e isso era o suficiente para mim. Quanto à impossibilidade cientifica de que haja tanta coisa mitológica concentrada num lugar só, eu acho que já começava a aceitar e perceber que eu não estava sonhando e melhor seria se não estivesse, devo confessar que tudo aquilo era bom, de certa forma, eu ainda não tinha visto o ponto negativo, fato: eu estava ignorando ele.

Felizmente, o ambiente do chalé havia melhorado e aquela nuvenzinha negra que pairava sobre nossas cabeças tinha se dissipado, dando lugar a um sorriso que eu gostei de ver estampado no rosto de Ambs. Por mais que ela não sorrisse tão sincera como antes, ainda era um sorriso feliz, o que já era de bom tamanho para mim e com o tempo eu tenho certeza que nós duas conseguiríamos esquecer tudo e começar de novo. Começar de novo era uma das minhas metas, quando entrei por aquele chalé, mesmo que eu não estivesse tão entusiasmada com a idéia de família e mãe, coisa que nunca teria ali e em lugar nenhum, ainda sim, acho que era o momento e o local certo para um novo recomeço.

Ao menos era bem distante de Nova Iorque...

Mudei meus pensamentos de rota, me concentrando na resposta de Amber ao meu comentário sobre os filhos gostosos de Apolo. Óbvio que ela não deixaria barato.
- Hanf... Você é inacreditável, sabia? Você mal chegou e já deu uma olhada nos garotos? O que você é? Uma ninfa? - ela riu e eu ri, apanhando um travesseiro que estava de baixo da minha cabeça e tacando sobre ela. Claro que ela me atacou de volta e assim começou nossa antiga guerra de travesseiros, como todas as outras que começávamos, entre risadas e gargalhadas - Ninfadoooora!

- Ora e a culpa é minha se eles estão expostos daquela forma? - falei segurando o travesseiro que ela tacou em mim e o jogando pra cima, pegando logo em seguidora e jogando de novo - Se você disser que não olhou vai estar mentindo, eu vi seus olhares engraçadinhos para um dos meio sangues filhos de Afrodite. - eu joguei verde, mas tinha uma leve impressão de que tinha acertado na mosca - Fala sério, esses deuses sabem mesmo como gerar seus descendente. - eu gargalhei alto e taquei o travesseiro de volta para Amber. Não era mentira, nunca vi tanto homem bonito reunido em um som lugar, parecia uma conferência de modelos da Calvin Klein. É claro, só faltavam as cuecas!
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MensagemAssunto: Re: The beginning   The beginning Icon_minitimeQui Jul 23, 2009 9:57 pm

Duvido estar enganada sobre minha irmã... nunca estou, e sei que a poucos minutos ela ainda não sabia se gostava ou não desse lugar – devia estar tentando por a cabeça em ordem, quando eu entrei e acordei ela. Mas agora ela parecia estar aceitando. Okay, digamos que os filhos de Apolo estejam ajudando bastante.

- Ora e a culpa é minha se eles estão expostos daquela forma? – Guerrinha de Travesseiros. Eu era boa nisso quando éramos pequenas, acho que perdi o jeito, pois ganhei outra travesseirada. Irei recuperar meu lugar.
- Se você disser que não olhou vai estar mentindo, eu vi seus olhares engraçadinhos para um dos meio sangues filhos de Afrodite. – Por um momento eu ousei pensar “como ela viu isso? Foi tão discreto”, mas qual é, é minha irmã: sabe de tudo em relação a mim. Parei um pouco pra lembrar dele... Deus, era tão lindo. E olhou pra mim! Olhou que eu vi!
- Fala sério, esses deuses sabem mesmo como gerar seus descendente. – Eu ri. Era verdade. E pela cara que ela fez eu tenho certeza que os imaginou de cueca. Ou sem... Mas ignorei.

- Qual será o nome dele... ?! – Pensei alto. Não que ela tenha deixado passar, claro. Me olhou com aquela cara de “Ah, eu sabiia”, e rimos. Jackie esperava que eu falasse mais alguma coisa, mas eu ainda tentava escolher as palavras certas pra não falar bobagem. – Só sei que ele tinha uma boca... que eu gostaria de saber que gosto tem... – “O” foi o formato que a boca dela fez. – Qual é? Uma garota não pode ter esse tipo de curiosidade com um filho de Afrodite? Eles costumam ser lindos, sabe? – Outra travesseirada na Jackie. Dessa vez ela não devolveu e eu deitei minha cabeça em sua barriga, cansada. Quando ela começou a fazer carinho no meu cabelo, vi que... não importava as bombas que caíssem em nós, uma coisa nunca iria mudar: nós. Seremos sempre desse jeito, mesmo que por acaso ela engravide e eu venha a agir como mãe: batendo nela e no filha da mãe que a engravidou – ri com esse pensamento bobo. Ela me perguntou o que era e eu só respondi que...

– Não importa o que aconteça sempre seremos... nós. – Eu não sabia explicar. Eu só sei que pra mim, o “nós” é único e o maior. Nos abraçamos e ouvi algo caindo no chão.
– Ouw... ainda temos que desfazer as malas... – Desanimo Detectado.
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MensagemAssunto: Re: The beginning   The beginning Icon_minitimeTer Jul 28, 2009 5:41 pm

Eu tenho de admitir que não estava sendo fácil para mim ver Amber daquele jeito e me controlar para não partir a cara de quem a deixou assim, por dois simples motivos:
1 - porque, por mais que seja duro concordar, a culpa não era de ninguém;
2 - como se ela fosse ficar feliz de eu quebrar minha mão na cara de alguém ou quebrar a cara de alguém na minha mão, ou quebrar a minha mão e a cara de alguém.

De qualquer forma, por hora eu estava feliz, já que ela parecia mais feliz, pelo menos mais feliz do que estava quando entrou no chalé, assim com eu estava mais acordada do que quando me joguei na cama e deixei todo aquele torpor de sono tomar conta de mim, apesar de que não pretendia dormir tão cedo.
Bem, agora eu não pretendia mesmo dormir mais cedo e acho que chegaria um pouco tarde em casa, mais tarde ainda se encontrasse vagando por aí, talvez pro lado dos chalés de Apolo, um dos seus filhos meio-sangues de tanquinho definido. Esqueci de perguntar a Josh, mas acho que não era um crime admirar - e até se aproveitar - de um meio sangue filho de outro Deus. Quer dizer, o que pode ser mais crime do que o incesto que os Deuses vivem cometendo? Ademais o fato de que ninguém respeita a mulher de ninguém, nem a do próprio irmão, então acho que não serei condenada a viver no submundo por dar uns beijinhos por aí. Até porque, eu pego mais não me apego a nenhum tipo de relação que possa ultrapassar o limite de três dias, me prendam por isso, mas é muito mais pratico e prazeroso levar uma vida libertina do que depender de alguém e eu nunca vou cometer qualquer tipo de loucura que possa me prender a uma pessoa.

Mas afinal, eu sabia que não era a única a admirar as belezas masculinas daqui. Amber também tinha dado seus olhares indiscretos para um filho de Afrodite e eu tinha notado assim que entramos no acampamento, só não sabia que a coisa era mais séria do que isso e estava começando a me irritar comigo mesma por ter tocado no assunto.
Eu queria que Amber fosse como eu. Não uma devassa que apóia a libertinagem e admite para si mesma que não vale nada.
Na verdade, não queria que Ambs fosse como eu, não queria que ela se apegasse como se apega, eu queria que ela tivesse vocação para ser freira, quem sabe até uma seguidora de Ártemis, fiquei sabendo que elas fazem um pacto para serem sempre puras e castas, seria perfeito para Amber. Se eu conseguisse fazer ela crer que tinha tendência a ser santa.
Porém, parecia que assim como eu, Ambs não tinha nenhum tipo de inclinação à ser a próxima Madre Teresa de Calcutá e cada vez que aparecia alguém diferente na vida dela, eu começa a perceber que não tinha mesmo disponibilização para isso.

Tudo bem, eu era possessiva e ciumenta, não só com Amber, com todos meus amigos, ou seja, ela e Josh, mas começava a me curar disso, a medida que colocava na cabeça que não poderia sair por aí arrancando o cabelo das namoradas de Josh ou cortando a cabeça dos pretendes de Amber, se o fizesse eu poderia ir para o submundo sem nem mesmo precisar de julgamento.
Mas eu poderia, ao menos, escolher alguém que valesse a pena para ficar com minha irmã. É claro que se ela ficasse com Josh todos os meus problemas seriam resolvidos e eu conseguiria me curar desse mal, mas as coisas não são tão simples quanto desejamos que elas sejam, quer dizer, são bem simples, mas as pessoas complicam, então eu começava a achar que essa história de romance ainda demoraria muito, muito mesmo para se resolver.

No momento eu estava maquinando uma forma de descobrir quem era o garoto que Amber começava a admirar. Era só fazer um jogo de lógica. Duas coisas eu já sabia: era um filho de Afrodite e era mesmo de se babar.
É claro que eu também o olhei sequei quando vi que Amber tinha visto ele e tenho uma boa memória fotográfica, acho que mais cedo ou mais tarde eu já vou saber até o número do sapato que ele usa. Não que eu vá deixar Amber descobrir que eu ando espiando o pretendente dela, não vou mentir, só omitir e é só uma forma de proteger ela de possíveis aproveitadores que só querem se aproveitar.
E pelo visto ela estava caidinha por ele, a ponto de talvez não saber como ele é, como ele realmente é.
- Qual será o nome dele... ?! – ela disse alto, como um pensamento e eu me virei para ela com uma sobrancelha erguida e um olhar de que havia acertado quando disse que ela também estava de olho em alguém. Nós rimos e eu esperei para ela dizer mais alguma coisa, talvez algo sobre ele que ela soubesse e eu tenha deixado passar despercebido, mas acho que ela só estava selecionando as palavras para não dizer nada que a faça levar outra travesseirada. – Só sei que ele tinha uma boca... que eu gostaria de saber que gosto tem... – eu me sentei sobre a cama, apoiando meu corpo com as duas mãos e olhei para ela boquiaberta e com uma olhar divertido de repreensão – Qual é? Uma garota não pode ter esse tipo de curiosidade com um filho de Afrodite? Eles costumam ser lindos, sabe? – Antes que eu tivesse tempo de atacá-la com o travesseiro, Amber se adiantou e quem acabou levando um belo de um golpe fui eu, porém não taquei ele de volta, o peguei e coloquei de lado, mas não deixei de comentar algo sobre os filhos de Afrodite.
- Não acredito! Onde esse mundo vai parar. - eu falei com um olhar de indignação. Não que discordasse dela, eles faziam mesmo jus ao que dizia no livro que Josh nos deu.

Eu me joguei de costas pra cama e Amber deitou sua cabeça em cima da minha barriga, com um olhar cansado e distante. Eu começava a sentir a cabeça pesar de novo, mas acho que não seria tão fácil eu dormir assim, minha cabeça estava latejando e, por mais que meu cérebro estivesse remexido, eu estava com o pique de quem tinha bebido um expresso duplo, é o efeito de quando você fala muito ou pensa muito.

Minha mão desceu para o cabelo de Amber e eu comecei a brincar com suas mechas loiras, deslizando meu dedo por entre os fios.
Eu estava tranquila. Tudo estava tranquilo, mas aquilo não importava. Não importava que estivesse tudo tranquilo ou desabando, só que Amber e eu pudéssemos cuidar dos problemas e desfrutar das vantagens juntas como sempre seria.

Amber sorriu por um momento e eu levantei minha cabeça levemente
- Do que esta rindo, mocinha? - perguntei com o olhar brincalhão e ela respondeu com o mesmo sorriso, um sorriso bem mais sincero do que todos os outros que ela havia estampado em seu rosto, um sorriso que chegou até seus olhos e que me fez sorrir também, só que não ele não foi tão longe assim.

Não importa o que aconteça sempre seremos... nós. – ela falou respondendo minha pergunta e eu percebi que, como sempre, nós estávamos pensando a mesma coisa, como sempre nós eramos cúmplices do mesmo pensamento e isso era o que nos mantinha tão unidas, porque, por mais que nossas personalidades fossem diferentes, nossos pensamentos eram os mesmos.
Amber se aproximou de mim e nós nos abraçamos apertado, como se todos aqueles problemas houvesse nos unido mais ainda.

Amber se afastou quando ambas ouvimos algo cair no chão e não demorou para que eu visse uma mala cheia de roupas e semiaberta caída no chão, perto da cama.
Eu vi e tapei os olhos com o travesseiro, mesmo que eu não estivesse mais com sono, também não estava tão animada para tirar toda aquela penca de roupas da mala, preferia tacar tudo em cima da cama e depois enfiar de qualquer jeito no armário.
– Ouw... ainda temos que desfazer as malas... – Amber falou com uma voz de desanimo.

- Será que eu não posso só enfiar dentro do armário? - perguntei com a voz abafada pelo travesseiro. - Droga! - falei tirando o travesseiro do meu rosto e colocando em cima do meu colo, mas ainda sem me levantar - Porque ao invés de meio sangues não somos bruxas? Seria só estralar os dedos. - murmurei me ajeitando sentada e ajudando Amber a colocar a mala em cima da cama.

Ainda bem que, além da minha mochila, eu só tinha trago uma mala.
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MensagemAssunto: Re: The beginning   The beginning Icon_minitimeDom Ago 09, 2009 3:28 pm

Desde pequenas fomos criadas com a frase “nossa família é nossa melhor amiga”. Nossos pais diziam não só sobre eles dois, mas como sobre nós duas. Que éramos partes de uma só e isso era a coisa mais importante. Que o maior dos erros seria cortar o que temos. Mas não acredito que hoje sejamos desse jeito só pelo que ouvimos. Simplesmente somos assim...

Jackie tem esse jeito de protetora sobre mim, mas lembro que nem sempre era ela que me defendia das “valentonas” do primeiro ano primário. Nunca esqueço a primeira vez que cruzamos com uma dessas... Eu tomei a frente e enfrentei a menina. Não gosto nada de brigar, prefiro usar a inteligência, mas as vezes não dá. Segurei o braço da menina com tanta força que no dia seguinte ela tinha uma faixa nele. Okay, não consegui quebra-lo, mas serviu para que ela nunca nem olhasse feio pra nós outra vez. Só sinto... por não ter defendido a minha irmã daquele garoto... Ele sumiu depois daquilo, pelo menos eu não o vi mais. Se eu ver eu ainda o quebro, juro que tiro forças pra isso com facilidade. Mas eu devia ter percebido antes, sabe? Não parecia um caso preocupante, mas no fim... foi. Pensar nisso sempre me fez olhar pra ela com uma cara de “sinto muito”. Porem, eu não queria voltar pra isso de novo, não queria lembrar disso nem fazê-la lembrar disso com minha expressão, e por um momento dei graças aos Deuses por nossa mala cair e o assunto mudar.

- Será que eu não posso só enfiar dentro do armário? – Claro, é bem o jeito dela. Mas eu realmente parei pra pensar na idéia. Fiz cara de pensativa e disse um “Não” sério, como se estivesse certeza de que não faríamos aquilo – mesmo que eu não tivesse. - Droga! Porque ao invés de meio sangues não somos bruxas? Seria só estralar os dedos. – Eu ri e disse... – Pra isso você teria que ser uma ótima bruxa. E por acaso você teria paciência pra estudar?! – Ela me deu língua, eu ri, e levantamos pra arrumar.

- Essa blusa é sua... – Eu disse quando tirava uma blusa decotada na minha mala. Eu usava blusas desse tipo, mas sabia que era dela. Mesmo assim ela foi dizer que sim, eu não usava blusas desse tipo. Foi o que me deu a idéia de usa-la amanhã, pra falar com Josh. – Pensando melhor... me empresta ela. – Não que ela tenha gostado da minha idéia de usar meus... artifícios “femininos” – pra não dizer outra coisa – para essa conversa com Josh amanhã.

Assim que a arrumação das malas acabou, eu tomei um rápido banho e me joguei na cama. – Cansei... arrumar as malas me deu soninho – Disse rindo e implicando com Jackie que agora já tinha perdido o sono. A cara que ela fez pra mim foi mais como “The beginning MsgPlus_Img0655“ do tipo “bacana, você me acorda e agora vai dormir”. Eu ri bastante.
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MensagemAssunto: Re: The beginning   The beginning Icon_minitimeQui Ago 27, 2009 5:47 pm

Eu não queria arrumar as malas, já tinha perdido o sono a um bom tempo e comi tanto no caminho até o acampamento e depois que chegamos, que tinha comida saindo pelos ouvidos. Na verdade, aquele momento estava perfeito para mim. Não sou muito de conversas, as coisas mudaram depois que eu aprendi o que é ficar na sua, mas com Ambs - e embora não admita, Josh - eu era um pouco menos rude e sempre falava mais do que com qualquer outra pessoa.
Mas, aquele momento estava sendo especial, especial como era antes, antes de eu e Ambs crescermos, antes de todas as responsabilidades caírem como um cruz nas nossas costas. Era bom quando brincávamos de guerra de travesseiros, sem nem nos importarmos com nada mais. É claro que isso não parou quando nossos pais morreram, na verdade parou bem antes disso, que foi quando no demos conta de que estávamos crescendo e as coisas não iam ser tão fáceis dali pra frente. Mesmo que também não esperássemos que fosse tão difíceis como estavam sendo agora.

Começamos a arrumação das malas, felizmente eu tinha poucas roupas, mas a maioria estava expremida no meio da bagagem, de forma que além de desamaçá-las tive de dobrá-las e colocá-las em um dos armários que reservaram para nós.
De tudo que eu não queria fazer hoje, o que eu menos queria fazer é mexer com roupa, mas tenho certeza de que senão o fizesse agora não o faria nunca e nós estaríamos indo embora e as roupas ainda estariam nas malas, o que seria bom, diminuiria esforço, mas daí eu teria de me virar sempre que precisasse de uma blusa.

Era assim em casa, era assim aqui. Eu nunca fui responsável, muito menos organizada, mas nunca ninguém se queixou disso. Talvez uma ou outra vez Amber comentasse o assunto, ou minha mãe me obrigasse a varrer todas as coisas espalhadas do meu quarto até o guarda-roupas. Mas, como meu pai sempre disse, nós gastamos metade da vida mantendo as coisas organizadas e a outra metade a desorganizando, então porque não deixarmos tudo de lado e perder tempo com coisas importantes?
O caso é que isso sempre me vinha em mente, mais ainda depois da morte deles e por isso achava desinteressante desfazer as malas, ao inves de estarmos visitando o restante do acampamento ou fazendo planos malvados contra Josh ou planos maliciosos quanto ao garoto de Afrodite.

Amber terminou antes de mim, eu tinha menos coisas, mas as dela já estavam dobradas, enquanto as minhas, amaçadas.
- Essa blusa é sua... – ela disse, tirando os ultimos pares de roupas da sua mala. Era mesmo minha, decotada e preta. Eu costumava usar sempre, de preferencia quando tinha segundas intenções, mas não deixava que Amber usasse roupas assim, ainda mais se tivesse segundas intenções, além do mais, ela não tem que ser como a irmã, rebelde sem causa, dela. – Pensando melhor... me empresta ela. - falou com um olhar matreiro, pensativo e eu já começava a imaginar para que ela queria emprestado e não estava gostando nada disso.
- Se for para ver o Josh, esqueça. - falei simplesmente, mas duvidava de que ela não fosse usar mesmo assim - Além do mais, que negócio é esse de ficar usando seus artifios para chamar a atenção dele? Pois saiba que não terá efeito, porque até amanha ele já estará traumatizado o bastante para sequer olhar na sua direção. - falei em tom sério e ameaçador. Ela não respondeu, mas sabia que eu era bem capaz de deixar o garoto traumatizado, ainda mais se for para tirar o cavalinho dela da chuva, em relação ao seu plano de seduzí-lo. Como se precisasse disso para que ele se sentisse seduzido. Um sorriso de canto já fazia Josh babar e eu conheço bem meu amigo para apostar qualquer coisa de que isso é verdade.

Ela disse que iria tomar banho, enquanto eu terminava de colocar tudo nas gavetas e, pelo andar da carroagem, eu não terminaria antes que ela saísse do banheiro, mesmo que ela demorasse.
- Tudo bem. - disse dobrando o resto das peças de roupas amaçadas dentro da bolsa.
Eu escutei o som costumeiro da água forte do chuveiro caindo e pelas frestas da porta pude ver o vapor quente que saia do banheiro. Mal via a hora de poder tomar um banho e depois me jogar fora daquele acampamento.
Josh já nos tinha mostrado tudo que se era para ver, mas não tinha mostrado o essencial. É claro que ele não nos levaria até o chalé de Apolo, ainda mais com Ambs à tira colo, muito menos ao chalé de Afrodite. Ele passou direto por esses dois, ignorou os filhos de Dionísio e deu uma rasteira nos de Ares. Não passamos nem perto dos outros chalés. Viemos direto para o de Deméter e, embora os rapazes filhos dela sejam lindos, seria um baita insesto dar em cima do filho da própria mãe, um pecado que nos levaria diretamente para o submundo e sabendo disso e sabendo que nós sabemos disso, Josh nos deixou aqui despreocupadamente, mas como eu sou um animalzinho travesso, pretendia fugir sem que ele - e Amber - visse e iria arrumar abrigo bem onde estava a diversão, bem onde eu queria estar, onde tenho certeza que me sentiria mais em casa do que trancada em um chalé.

Pensar em Josh, em diversão e coisas erradas, me fizeram olhar diretamente para o taco de beisebol que eu tinha jogado em um canto da cama enquanto tirava as roupas da mochila.
Eu tinha descartado totalmente o uso de objetos pesados e perigosos contra Josh. Exceto no caso de ele proibir sair ou algo do genero, ademais isso eu estava tranquila. Não seria preciso usar de força maior para que eles se entendessem e acho que matando ele não seria a melhor solução. Digo, ele morria e os dois nunca se entenderiam, enquanto eu seria acusada por um crime, que daí já não sei se é crime, afinal, matar bodes não é crime, mas matar humanos sim e como Josh é metade as duas coisas, então eu receberia metade da pena, correto? Mas para não complicar meu lado e o lado da justiça, eu resolvi dar uma folga para minha personalidade ciumenta/obssessiva e encarnar meu lado libertina.
Dizem que os filhos de Deméter são bondosos. Eu sou boa. Tá certo que não quando penso em assassinatos e tacos de beisebol, mas ainda sim, 20% do dia eu sou boa, que a minha cota diária de sono. Quanto a me dar bem com plantas, tanto eu quanto Amber sempre tivemos um dom anormal para cuidar do jardim de casa, mesmo que eu achasse isso totalmente diferente da minha personalidade, sempre gostei de perder meu tempo cuidando de coisas frágeis e com vida.

Ambs saiu do banho e eu ainda não tinha terminado de dobrar as roupas, apesar de que sobraram só algumas que eu enfiei de volta na mochila e escondi debaixo da cama, junto do taco de beisebol e da blusa decotada. Isso tudo antes que ela se jogasse na cama, queixando-se de sono
- Cansei... arrumar as malas me deu soninho - murmurou e eu olhei para ela com uma cara que dizia bem o quanto eu estava grata por ela me acordar e agora conseguir dormir. Eu não consegueria mais, estava elétrica, sempre que perco o sono fico elétrica como quem toma duas latas de red bull.
- Bons sonos. - falei sarcástica, mas depois abri um sorriso e a ajudei a arrumar a cama.

O resto de tempo que gastei foi para tomar um banho de cinco minutos, me vestir em dez e já estar totalmente pronta para os filhos quase perfeitos de Apolo - são lindos de boca fechada.
Eu andei descalço até a porta, com o cuidado de que Amber não me escutasse e carreguei meu sapatos preto e de salto alto com uma das mãos, enquanto a outra bagunçava o cabelo. Coisas certinhas nunca foram do meu agrado.
Quando já havia alcançado a porta, suspirei aliviada e olhei para trás, para constatar que Amber estava mesmo dormindo e não ouvira meus passos ligeiros.
Tranquila, minhas mãos alcançaram a maçaneta e quando a girei e abri lentamente a porta, desejei que um avião caísse em cima de mim naquele momento.

Josh Calling estava bem ali, parado, em frente a porta e me olhando como se de repente um nariz extra tivesse crescido no meu rosto.
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MensagemAssunto: Re: The beginning   The beginning Icon_minitimeSex Ago 28, 2009 7:12 pm

O que falar com Amber, o que falar com Amber, o que falar com...
"Muito bem, Josh. Você conseguiu." uma voz que tirava minha concentração para pensar em uma solução dos problemas com Ambs ecoava repetindo essa frase na minha cabeça que, por sua vez, me dava vontade de bate-la contra a parede pra ver se parava e me deixava pensar. Entretanto, de alguma forma, a voz me ironizando não estava deveras errada. Eu não só tinha conseguido trazer Jackie e Amber pra cá, mas de bonus ainda consegui fazer as duas ficarem mal. Um ar pesado tanto entre elas quanto comigo, coisa que nunca acontecera antes.
"Muito bem, Josh. Você conseguiu".

Mas NÃO! Está tudo errado. Eu nunca tinha planejado engana-las, tampouco machuca-las ou seja lá o que elas estão pensando que eu planejava. Eu só queria... Cumprir minhas tarefas...
"É isso? Foi tudo parte da tarefa?"
Não... Não era tudo parte de uma tarefa. Não para mim. Eu gostava de Amber e Jackie. Principalmente... de Amber. Eu REALMENTE gostava de Amber. Sei lá, eu acho que sim, porque a essa altura, já não tenho certeza de nada que penso. Até porque nunca tinha gostado de alguém como gostei dela e... Não deviam me avisar disso? Afinal, eles sabiam que eu teria que ir atrás das gêmeas, que eu iria trazê-las, mas ninguém me avisou desse pequeno... Detalhe? Que eu ia gostar dela? Algo me dizia que aquilo não era pra ser. Mas algo também me dizia que era e... A porta se abriu.

Eu não tinha me dado conta de quanto tempo fiquei tragado em meus próprios pensamentos - ou falando com meu eu lírico -, em frente ao chalé de Deméter, que anteriormente eu tinha deixado as duas. Eu tinha ido lá pedir desculpas e acabei paralizado porque... Tudo que eu havia conseguido pensar - não muita coisa, diga-se de passagem - para falar com Amber, tinha ido por água abaixo quando a porta se abriu e Jackie saiu do chalé sorrateiramente. Ou quase. Pelo menos eram seus planos, creio eu.

Conheço bem Jackie, ela provavelmente estava indo andar por aí, olhar os outros caras por aqui, arrumar confusão com alguma menina linda das Afrodites e depois voltar e contar pra Amber, que provavelmente ficaria brava por ela ter ido escondido e arranjado algum tipo de confusão, mas no final, ririam juntas da situação e tudo ficaria bem. Até eu me espanto as vezes em como conheço essas duas.

Olhando pra Jackie, ainda meio surpreso e com o sangue indo todo para o cérebro tentando pensar no que dizer, parecia que estávamos homenageando alguém com um minuto de silencio. "Dedico esse tempo em silencio a nossa amizade, que a essa altura provavelmente já está enterrada." Balancei a cabeça passando uma mão no rosto, acordando para o momento.

Ela parecia estar surpresa de eu estar ali - o que não é pra menos, já que já fazia um tempo que elas estavam lá dentro e eu, teoricamente, deveria ter ido embora fazer... coisas de sátiros. Aliás, tenho outro problema; preciso aprender a viver como um sátiro. Minha vida se resumiu em aprender algumas coisas e depois ir cuidar das duas. Acho que cometi um erro, e acabei esquecendo o que eu sou de verdade. Não sou como elas, não devo ser como elas, não posso ser como elas. Não sou nada parecido com um meio-sangue, tampouco com um humano. Nunca serei. E tenho certeza que agora estou pagando por esse erro. É, acho que no fundo eu mereço tudo isso. Não devia ter confundido as coisas com Amber, não devia... Eu não posso. Sem falar que agora, Amber provavelmente já não quer nada comigo. Eu sou só um cabrito. (Até rima.)

"Jackie!" Me dei conta que Jackie ainda estava lá. Me empenhei logo em puxar papo. Jackie tinha uma personalidade forte, se eu não puxasse assunto e tratasse logo de me explicar para tentar resolver as coisas, ela provavelmente iria me quebrar em dois. O olhar dela já me fuzilava, ainda que surpresa.

- Hm, Jackie... Eu... - eu ainda não sabia o que falar. As palavras entalaram na minha garganta, estava complicado qualquer uma sair sem uma pausa de 20 segundos no mínimo antes. - Aonde você iria? Podemos conversar? - Não que já não estivessemos conversando, mas ali... Era meio estranho, já que Amber poderia ouvir. Se eu conseguisse chegar em Jackie, ela me ajudaria com Amber, isso tornaria tudo muito mais fácil. Sem falar que se com Jackie as palavras já saem engasgadas, com Amber eu não conseguiria falar de forma alguma mesmo, então só me resta me justificar para a irmã mais nova antes.
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Jackie Swann
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MensagemAssunto: Re: The beginning   The beginning Icon_minitimeSeg Ago 31, 2009 6:39 pm

E falando em coisas certinhas, eis que Josh Calling se materializa na minha frente como um espectro. Da mesma forma de sempre, só que bem mais desconcertado que antes, ele estava me olhando como se eu fosse a última pessoa na face da terra que ele veria - ou queria ver - assim como eu, que o estava fuzilando com meus olhos surpresos e, sobretudo, zangados.
Mais zangados que surpresos, porque eu sabia, deveria saber, que ele voltaria ali tão logo quanto eu esperava. Pior ainda, minha intuição não era cega, pelo contrário, ela enxerga muito bem, então, vou chutar um palpite e dizer que Josh não havia se movido um centímetro do lugar onde estava desde que se despediu de Amber.

Veja só, eu esperava vê-lo tão cedo, mas não desejava isso. Desejava estar me divertindo, em uma festa, em um lugar cheio de Deuses e filhos de Deuses. Desejava beber até não aguentar nem a mim mesma. Desejava conhecer todos os pontos estratégicos do acampamento. Desejava me jogar em um poço de água fervente, tudo, menos ser pega no flagra pelo garoto que minha irmã gosta. Ainda mais porque eu sabia que ele não iria aguentar até amanha para conversar com ela e antes de conversa rcom ela ele teria que conversar comigo, motivo pela qual eu estava fugindo para o abrigo de Apolo. Eu queria mesmo que ele me desse uma boa explicação para o que estava acontecendo, mas não logo no momento em que eu pretendia fugir de confusões e discutir relacionamento.

Eu preferiria me tacar no inferno do mundo inferior, a ver Josh e Amber falando - cada um em momento diferente para mim -, entre linhas, o que todo mundo, inclusive os que nem sabem a história, já tinha consciência: os dois se gostavam. Não me atrevo a usar a palavra com "a", porque é uma palavra muito forte para eles, porque é muito cedo para se dizer e, acima de tudo, Ambs é muito nova para usá-la, ainda mais com Josh Calling, aquele traidor de uma figa que se fez passar por meu amigo só para se aproximar da minha irmã. Fora toda aquela mentira que ele teria de me explicar antes de qualquer atitude.
É certo que eu aprovo que eles fiquem juntos, que eu vou ajudá-los - desde que eu não me meta em nenhuma discussão - e que, de todos os homens da face da terra, Josh era a melhor escolha - mesmo que o mosteiro fosse minha primeira idéia e um gay assumido, a segunda - mas, ainda sim ele era um traidor desonesto e, sob ameaça ou não, ele teria que me dar um bom motivo para deixá-lo falar com Ambs amanha.

De repente tive a impressão de quem o pegara no flagra fui eu e não o contrário. Quer dizer, ou ele pretendia ir lá para falar comigo, ou pretendia ir lá falar com Ambs antes de falar comigo e isso me fez desejar que aquele taco de beisebol no quarto se movesse até as minhas mãos.

- Hm... Jackie, eu... - ele começou, depois de alguns minutos de reflexão que mais fizeram parecer que eu revi a minha vida toda naquele curto período de tempo - Aonde você iria? Podemos conversar? - ele perguntou e de repente algo chamou a atenção para mim mesma.
Olhei em volta, para minhas roupas e logo em seguida para minha mão, onde eu ainda segurava um par de sandálias que não era de alguém que pretendia ficar muito tempo em casa.
- Ahh! - eu soltei um grito abafado, seguido de um sorriso sem graça, assim que eu taquei as sandálias para o alto e disfarcei minha mão, mexendo em meu cabelo. - Eu.. Lugar nenhum! - respondi, mostrando meu mais falso sorriso amarelo - O que quer? - perguntei votlando a postura rigida do começo.

Espero que a resposta dele fosse a conversar comigo sobre aquele assunto. O assunto em que cabia a ele me dar um bom motivo para deixá-lo se aproximar de Ambs novamente.
Não para que voltássemos a ser amigos. Não tinhamos deixado de ser, quer dizer, eu não me importava se ele era um sátiro, um dragão de duas cabeças ou uma palmeira imperial, o que eu não poderia aceitar é que ele confundisse Ambs mais do que ele já estava confusa e por esse motivo ele teria que me convencer a deixá-lo conversar com ela.
Uma palavra bastaria: "Eu gosto dela, Jackie!", e eu já pensaria na hipotese de deixar que ele falasse isso para a própria Amber, mas algo me dizia que ele não estava pronto para admitir isso, ou para dizer isso a ela, o que o tornava um covarde. Tanto ele quanto Ambs. Os dois covardes e talvez por isso nunca ficariam juntos se não fossem empurrados para que dissessem o que sentem. Isso seria o fim dos meus problemas, mas acho que um problema maior ainda seria ver meus dois melhores amigos, mofando, esperando que cada um tome a coragem e o impulso para se declararem.

Por isso acho que eu estava ali, cara a cara com Josh Calling, pronta para me meter em mais uma confusão entre os dois e com a conciencia limpa de que eu nunca quis interferir em nada, tudo acontece por simples ação do destino. Destino que me prega peças.
Como eu queria estar com um dos filhos de Apolo! Só eu sabia o quanto.

- Espera! - eu falei em sussurros, quando ele ameaçou me dar uma resposta - Ambs está dormindo, volte outra hora. - sussurrei com a voz raivosa - Aliás, não volte se sua intensão é de falar com ela antes de me dar uma boa explicação para o que esta acontecendo. E não pense que me refiro a você ter patas, poderia ter galhos, que se danasse, quero uma explicação para esse ar funebre entre você e minha irmã. O que aconteceu? - fui direta, mesmo aos sussurros e sempre atenta, me virando para trás a qualquer som que ouvia na direção da cama de Amber. - Você e eu, atrás do chalé agora! - falei com um intimato e espero que meu olhar assassino servisse para que ele entendesse o recado.
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