not so queer anymore; [fechado]

Hoje eu sentia o dia um tanto diferente. Talvez por causa da umidade no ar ou porque sentia cheiro de doces inexistentes, o que me irritava um pouco, mas era um tanto... agradável.

Já tinha dado uma passeada no campo de morangos eternamente e o sol estava agradável, uma coisa rara já que é verão e costuma virar um inferno. Mas isso também pode ser porque era sete horas da manhã e nenhuma pessoa realmente sã estaria acordada. Acho.

Já que era comum eu madrugar, meus irmãos até se acostumaram com isso. Ainda bem, porque no início era uma coisa do tipo 'nossa, que doente' e agora é algo tipo 'só é a Clarissa'.

Talvez seja por isso que gostos dos meus irmãos, apesar de que mamãe foi meio... promíscua, mas abafa.

Então, eu decidi ir aos estábulos, como de costume, para passar tempo com meus amigos que não entendem merda nenhuma que eu falo. Talvez por isso mesmo eram meus amigos.

Cheguei perto de um pégasus e comecei a acariciá-lo de leve na cabeça e a falar fazendo caretas com ele.

É estranho ser gentil com... coisas e não com gente. Pergunte ao meu shampoo.

- Blackjack? - perguntei para o garoto que tinha chegado no estábulo há pouco e que tinha falado com o pégasus. Mas ao contrário de mim, ele não era um doido que gostava de falar com cavalos, mas um filho de Poseidon que realmente conseguia fazer isso.

Ótimo, Clarissa, foi pega sendo uma idiota total. O tempo estava agradável, então que se dane.

- Na época que eu tinha cavalos normais, já tive um chamado Joker. - dei de ombros, sorrindo para o garoto - Mas depois de ver muitos filmes velhos do Batman, mudei o nome dele para Robin.

Revirei os olhos. Tá, aquilo era idiota e panz, só que eis a coisa: eu não ligava. Era bom estar de bom humor, mas isso me fazia mais idiota que normalmente.

- Sou Clarissa, aliás. - eu disse, sorrindo e ainda acariciando Blackjack. Devia ser divertido conversar com cavalos e panz.