Whoa, freak out! [aberto]

Sabe quando você dorme... acorda... vai a estábulos... é taxada de bipolar... e além disso está com muito tédio? Aliás, tédio não, eu chamaria aquilo de chatice suprema, gosh. Eu diria que isso era além até mesmo do que ficar escutando qualquer lixo que venha a sua mente, ou simplismente ver códigos genéticos e como pessoas ruivas tem o MC1R e tem o cabelo vermelho. ENFIM, não pude resistir em fazer a última pergunta e olhar para minha meia irmã, que tinha o cabelo meio ruivo. Ela era muito bonita, cabelos avermelhados, olhos azuis brilhantes. Gostei dela.

Estava na beliche e minha roupa era uma simples T-shirt dos Ramones e uma calça jeans bem grunge, rasgada e um pouco suja na barra. Meus cabelos estavam em duas tranças. Okay, estava bem rocker aquele dia, mas, como eu tecnicamente dormia daquele jeito, todos já eram meio que... acostumados com meu jeito bipolar de ser. Perto da cama tinha um espelho grande. Olhei pra garota através do espelho e sorri. Eu estava em dúvida se falava com ela.

Ahhhh... vai lá Claire. - uma voz me chamava. Não, fique, Claire. - dizia outra voz.

A outra voz estava ganhando. Estava deitada e com preguiça o bastante pra não se levantar. Eu não queria levantar, admito, sou muito preguiçosa quando se é de manhã. Eu afundei meu rosto no travesseiro e respirei. Levantei e fui pra perto da janela, aonde a garota de encontrava quase que perto de mim. - Oie. - sorri para ela.

Não era difícil eu decorar nomes. Eu conseguia lembrar de algumas pessoas desse chalé... Silena, Ian, Juliet... eu não tinha muito contato com ninguém daqui, do chalé. Mas anyways, meus anos no acampamento não me deu uma fama. Apesar de tudo, ainda sou uma afrokid's. Hah, não era boa em nada... se bem que um dia desses eu até gostaria de entrar em uma corrida de bigas ou aquela brincadeira de roubar a bandeira, que tinha que acabar com os inimigos. Hah, tenho espirito guerreiro, tá?

Só precisava de um grito de guerra agora.

Eu cheguei novamente ao acampamento. Como sempre, as pessoas mais honestas, boas e gentis me receberam educadamente, sendo como sempre, adoráveis. Um dos sátiros colocou minhas malas e outras coisas no chalé de Afrodite. Felizmente era um chalé vazio, já que minha mãe ainda era casada com Hefesto, mas isso não queria dizer que não tivesse nada com Ares, era problema dela, não meu.
Eu fiquei com um beliche só para mim, amontoei minhas coisas na parte de baixo e dormiria na de cima, gostava da altitude, mesmo que fosse apenas dois metros acima do chão.
Eu estava impa, tinha tomado banho antes de chegar aqui, o que não foi nada difícil. Eu estava sem fome, não tinha praticamente nada para fazer, e nada era nada. Pensei em fazer alguma amizade, já que eu só conhecia gente que ficava aqui no verão, que nem esses namoros podres de uma estação: era amizade de verão.
E alguns já tinham saído do acampamento, outros não vinham todos anos, outros até mesmo não se lembrariam de mim, mas isso não me traria infelicidade, a oportunidade de conhecer novas pessoas era um convite delicioso.
Então eu realmente descobri que tinha uma, uma coisa para azer: uma lista do que fazer. Mentalmente, já que não tenho paciência ou tenho preguiça demais para pegar uma folha e uma caneta.
1- Encontrar uma amiga.
2- Encontrar uma pessoa excluída - esses seriam meus BFFs.
3- Lembrar-me do que devo fazer.
Isso seria uma lista relativamente fácil, desde que eu me lembrasse do item 3...
POR QUE DIABOS MINHA VIDA ESTÁ SEMPRE RESUMIDA NO NÚMERO TRÊS EM QUALQUER COISA?
Então, me lembrei de olhar para o chalé, e em cima de um beliche, ou no beliche, ou na parte de cima do beliche ou qualquer coisa do gênero tinha uma tia, assim como eu tinha característcas físicas parecidas com as minhas.
- Oie - ela disse.
- Olá! - eu respondi.
Bom, tarefa número um semi-completa.

Eu ri. Normalmente, porque eu faço essas coisas toda hora... rir como uma babaca. Whoa, nem me lembre com os cavalos. Ok. Não aja como babaca, Claire. Seja você mesma, e que encontrará a luz no fim do túneo. Lol, isso não era o sinônimo da morte? Ah, devia morrer, ou estar pedindo para.

- Claire Bee. Sua meio irmã. - dei de ombros. Dããããããã, todo mundo ali era meio irmão, ou se não parentes distantes, se for falar das pessoas dos outros chalés. Isso era meio louco... nunca tinha visto minha mãe, mas seria muito bizarro ver sua beleza, assim como vejo o Sr. D. tomando diet coke. Tá, minha mãe iria preferir diet coke with lemon, se ela tivesse muito bom gosto. E, com certeza, ela tem.

Sabe, eu sempre quis ter uma amiga. Mas não uma amiga de karaokê. Amiga legals.

Ah, cavalos não valiam. Nem pessoas que eu menti meu nome. Ou pessoas que eu não tinha medo de suas caras de rabugento. Ou pessoas que me achem bipolares. Ou pessoas que me achavam idiota de cuidar de um cavalo com um espelho ao lado. Resumindo, Gabriel não valia como amiga amigo. Ele era só um carinha, bonito, que eu conheci.

Anybody can give me an erase?

- Bryce Parkinson... sua meio irmã.
É meio óbvio que, como filhos de deuses todos tenhamos um parentesco longo, mas temos. Porém alguns não contam este parentesco, eu por exemplo, a não ser com irmãos e irmãs, sabe?
- Agora sou campista em tempo integral. Acho que me embro de você nos verões, mas os chalés ficam abarrotados de gente nessa época...
Sim, as pessoas ficam sem lugar para dormir, pessoas brigam para dormir em metros quadrados no chão, pior que qualquer tipo de favelado coitadinho. Mas é algo legal, como família já somos unidos, e na dificuldade também. Tirando a péssima crise de "eu me amo" e o complexo megalomaníaco de Apolo que alguns filhos de Afrodite têm, o lugar é adorável, com pessoas adoráveis. Desde que ninguém traga seu Chiuaua de estimação, eu estou bem.
Cães são odiaveis, todos merecem fazer uma visita eterna ao amiguinho deles lá de baixo, Cérbero. Eu realmente odeio cães. E tenho medo também, se achaa que isso era impossível, saiba que pensou errado!
- Quantas pessoas aqui?

Assenti com a cabeça. Eu nnao lembrava de Bryce Parkinson nenhuma no acapamento, e exclua o fato que eu decoro nomes rápido... e olha que estava a aqui em muitos verões. Se não fosse pelo fato de nada me acontecer, ou seja, os monstros de fato não me perseguirem, eu não vejo o acampamento como uma obrigação no verão. Era um típico acampamento, em que tinha tarefas que podiam ser realizadas, e que eram muito legais, e etc. Darling...

- Eu estou aqui faz um tempinho. Mas, eu fico só no verão. - dei de ombros, porque, realmente, nada me acontecia o ano inteiro. Eu sabia como era ter uma vida (quase que) sossegada e feliz. Mas daí vem minha madrastra maldita e fala que eles precisam de um tempo a sós e que era bom eu passar um tempo com meus "amigos" felizes e disléxicos enquanto ela e meu pai fariam o casamento e a lua de mel (bléh). Sim, meu pai não contou que era um acampamento meio sangue. Invés disso, inventou uma desculpa pior, que era um acampamento que jurava ensinar etiqueta e curava os disléxicos. E dislexia tem cura?

- Quantas pessoas aqui? - disse Bryce, e eu de fato, percebi que eu nunca tinha reparado nisso. Era estranho e era bizarro, porque quase que cada dia chegava uma pessoa nova no acampamento, e ia pra casa de Hermes, e ficava lá até ser determinado. Por isso o chalé era tãão lotado. Mas enfim, isso fez-me reparar que os deus andavam feito coelhos: a cada dia um filho novo, em perigos (ou não).

Pisquei duas vezes e apertei meu cenho com as mãos. - Não sei. Os deuses fazem filhos e tal, mas só quando tem uma ameaça, de algum modo, enviam um sátiro para buscá-lo. E daí eles enchem os chalés a cada semana. - dei uma pausa. - Portanto, tem alguns filhos que não atraem monstros, mas não sabem que são mei-sangue, como nós. - vamos ignorar o fato de eu nnao atrair monstros mais saber do fato que sou filha de Afrodite, ok?

- Não sei muito sobre aqui, só vinha nos verões, mas em cada verão, aqui é tudo abarrotado. Acontece que meu pai falou que eu devo ficar aqui por uuns tempos, mais que somente o verão. Talvez outono também, mas eu acho que pode ser até o ano todo. E não vão me despachar daqui, eu espero.
ENtão tive que perguntar, necessitava fazer aquela pergunta, era realmente necessário.
- Não temos cachorros, pelo menos não nesse chalé, certo?
Já percebia minha cara de pavor tremendo, eu não queria ver nenhum tipo de canino rodeando o chalé florido. Além de que nunca parei para perguntar se os campistas podem trazer seus bichos de estimação, mas eu esperava que não, porém se tínhamos sátiros e pégasus... possível.

Bryce despejou tudo de uma vez só - Não sei muito sobre aqui, só vinha nos verões, mas em cada verão, aqui é tudo abarrotado. Acontece que meu pai falou que eu devo ficar aqui por uuns tempos, mais que somente o ver... - Quando ela começou a falar, minha cabeça tentava processar tudo o que ela falou, até eu me perder na parte do verão.

Na verdade, quando ela falou em pai eu fiquei-me imaginando meus pais juntos. Mas isso seria totalmente egoísta de minha parte, e acho, quer dizer, tenho plena e absoluta certeza que isso nunca iria acontecer. Mas, pela primeira vez, eu estava com muitas saudades do meu pai e não sei se aguentaria até o final do verão para vê-lo. Faith era uma mulher... desprezível, por ter roubado a única coisa que eu tinha ceteza que seo pertencia a mim.

Ela me perguntou sobre cachorros e eu fiz uma não com a cabeça. Não sei se podia trazer animais, provavelmente não, mas tinham animais na floresta, ou não. Falando sério, só fui lá uma vez. Nunca vi cachorros ou gatos, chinchilas, hamsters, ratos, cobras... enfim, nunca vi nada disso.

Peguei meu celular ali, e pensei seriamente em ligar para papai. Mas, não sei se a noj... FAITH iria atender, e não estava lá muito afim de ouvir a voz dela. Só queria ouvir papai.

Começei a escrever um SMS, mas depois apaguei tudo. Eu ia enviar um MMS pra ele, isso sim! Peguei o celular e tirei uma foto minha, coloquei minha música favorita - HTML, tocada pelas Hot Toddies - e escrevi que eu o amava. E eu estava morrendo de vontade de vê-lo de novo.

Olhei para Bryce após ter enviado a mensagem para meu pai. Eu tinha que puxar algum assunto com ela, não é mesmo? Eu não gostava de silêncio, principalmente quando eu já começei uma conversa.

- O que você faria para matar as saudades de alguém que você vai ficar um ano sem ver? - perguntei olhando ainda pro celular, e que no fundo no fundo, ainda esperava que ele me mandasse alguma foto dele, ou dele com Faith, ou de Faith com um vestido de noiva.

Sabe, Faith não era feia. O que me preocupava, já que meu pai não fazia o tipo bombadão. Ela tinha cabelos curtos e encaracolados, estilo pin up, e era branca como a neve. Tinha os olhos em uma cor de violeta, mas eram escuros, e sempre marcados. E era muito magra.

- Bom... se aqui pega rede de celular, liga para a pessoa. Ou então se for difícil falar com ela, carta, e-mail, SMS...
Não sabia quem era e não sabia se deveria perguntar, mas de certo modo éramos irmãs, e bem mais irmãs que Mary-Fresca e mim mesma.
- Quem é?
Parecia algum sentimento distante e fraternal, algum sentimento triste. E mesmo se fosse bom continuaria distante. Sentimento que, pessoas de pedra e frias como eu nunca teriam por qualquer pessoa. Minha mãe era uma deusa, ocupada demais para saber que eu era um ser vivo. Meu pai, como eu podia amar uma pessoa que não gostava de mim? Tanto quanto Mary-Fresca e Blair. Era impossível, e se eu falasse "olá pai, como vai, e o seu verão? Ai. que saudades!" Seria falso, muito. E então se eu falasse "oi" iriam me chamar do que eu era, fria. Oh, coração de pedra. Não tenho culpa se não tenho sentimento de amor por ninguém. Talvez até minha mãe, entendo que ela seja ocupada e tudo mais, além de que ela é o motivo de eu estar aqui, onde estou. Sim, o Acampamento Meio Sangue.

Eu dei de ombros quando ela me perguntou quem era. Eu não sei se eu queria dizer, porque dai é que eu ficava mais triste, mas enfim, me rendi. Eu estava cansada de ficar me perguntando porque meu pai gostava mais de Faith do que de mim. Se ele não gostasse mais dela do que de mim, você acha que ele me abandonaria e deixaria eu ficar um ano aqui?

- Meu pai. Ele se casou, e não quer nem saber de mim agora. - ri tristemente, reprimindo uma lágrima. Nossa, nessa altura do campeonato, nem lembrava que eu tinha mãe. Putz, sério mesmo.

Enfim, eu voltei a afundar minha cabeça ao travesseiro - que tinha um gostoso cheiro de rosas e champagne - e repensei a questnao de ter esquecido que minha mãe existisse. Quer dizer, esquecido que eu tinha uma. Minha mãe podia até não participar da minha vida, mas eu diria que meu pai faz muito mais a diferença do que Afrodite.

Tipo, agora me bateu uma curiosidade imensa em imaginar minha mãe... tipo, eu sabia que ela era loira e tinha olhos azuis. Mas... suas feições. O mais engraçado é tentar imaginar minha mãe - Afrodite - cozinhando ou fritando ovos, porque o seu marido havia chegado em casa e ele estava cansado.

Não não, imagina isso: Hefesto descobrir pela milésima vez pela boca dos outros, que ele estava sendo chifrado e sendo trocado por Ares (desculpa, mas eu acho que consigo imaginar que Ares era um pouco mais bonito que Hefesto). Ok, ok, se fizessem um reality show eu nnao perderia nem um capítulo.

Pai... comigo isso era um assunto um tanto delicado.
- Sabe, demorou para eu entender, Claire. Meu pai praticamente tem um certo ódio de mim, não sei por que. Minha madrasta, se pudesse me matava, picava e etc. Minha meia irmã fromhell é uma idiota que não sei por qua motivo tem inveja de mim. Meu pai comentou, em uma das nossas "conversas" que eu era parecida com a mamãe... Ela deve me amar mais do que ele, era o que eu pensava. Mas ele me criou, deu comida, escola... mesmo que não mostrem afeição, acredito que qualquer pai é capaz de amar os seus filhos.
Bom, eu não era aberta com meu pai. Na realidade, ele era um completo estranho que passava o dia em um escritório. Minha madrasta, passava o dia na loja de roupas dela, e a Mary-fresca ia junto. Eu ficava em casa ouvindo música no volume máximo, tentanto estourar os ouvidos. Podia ser tão bom se eu fosse normal...
Ah, e retomando o começo, ainda acho que minha mãe sinta algum afeto por mim. Sabe, aquele amor de mãe por filho. Mas isso não é um relacionamento comum, não nos conhecemos. QUem sabe um dia...